
Diz a lenda que esse diálogo aconteceu entre um gringo morando no Brasil com sua professora de português.
-Professora, o que é "denda"?
-"Denda"? Não conheço essa palavra.
A aula seguiu e em algum ponto alguém disse:
-Coloca isso "denda" gaveta.
O gringo se empolgou "é isso, professora! Denda!"
A primeira coisa que aprendi na faculdade, na minha primeira aula do primeiro dia, foi que quem comunica é o receptor, e não quem envia a mensagem.
Quem entende isso, entende a arte de se comunicar.
Eu nunca havia pensado desta forma antes. Se alguém não entendia o que eu dizia, parecia que a culpa era dele, e não minha.
Com um gringo que não sabe falar português direito, abreviar palavras que ele mal conhece é uma péssima estratégia para se comunicar ("dentro da" -> "denda").
A mesma lógica serve para pitches e apresentações em geral.
Montar uma apresentação sem pensar no seu público pode ser um tiro no pé. Você pode estar falando coisas que fazem sentido para você, mas que não fazem sentido para ele.
E se seu objetivo é convencê-lo a te dar algo, como investimento, comprar seu produto etc, dificilmente irá chegar onde quer.
A lição aqui é a seguinte: sempre adeque a linguagem de suas apresentações para seu público, para que se comunique com ele de forma efetiva. Para que consiga dar a ele ferramentas para entender a essência do que você está querendo comunicar.
Reflita sobre o que ele valora? Qual linguagem utiliza? Quais palavras ele entende? Sua comunicação é pragmática ou não? Ele é sensível a números ou pessoas?
Não deixe oportunidades passarem por uma apresentação engessada, que não muda. Fale a língua do seu público.
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