“Vamos falar sobre o elefante na sala”, me disse uma amiga.
“Você deveria escrever sobre IA e por que contratar a Pitching em tempos de ChatGPT”.
Você vai entender por que comecei esse post com essa conversa.
Sendo bem direta, vamos iniciar com alguns statements:
IA, na minha opinião, será (está sendo) responsável pela maior revolução tecnológica da história da humanidade.
Máquinas são boas em fazer cálculos matemáticos e processar dados rapidamente. Nós, humanos, somos ruins nisso. Somos lentos e cometemos erros.
Humanos são imbatíveis em estratégia e criatividade.
Logo, a IA é uma assistente, uma ferramenta poderosa para apoiar os humanos em suas tarefas. E não um substituto. Nós manipulamos a AI, e não o contrário.
E aproveito para fazer uma lista de coisas que a IA não sabe ou não é boa em fazer ainda:
Criatividade: a IA basicamente analisa e processa dados gerados por humanos. As pessoas falam que ela “cria”, mas na verdade, está processando algo que aprendeu da nossa vida real.
Originalidade: por conta do que expliquei no ponto acima, a IA não tem a capacidade de ser original e única como nós.
Compreensão de emoções: a IA é uma máquina e não consegue analisar ou perceber sutilezas em comunicação, emoções humanas e suas ambiguidades.
Bom senso: a IA projeta aquilo que aprende. Portanto, não tem a capacidade de, sozinha, ter bom senso, ponderação e se basear em valores e moral do nosso mundo real para dar respostas.
Se a IA me ajudou a escrever meu pitch?
Não. No pitch de vendas da Pitching há histórias que aconteceram comigo em situações reais nos mais de 10 anos de experiência trabalhando com startups. Duas pesquisas que rodei. A IA não conhece essas histórias. Também não teria a capacidade de perceber diversas nuances, como medos e inseguranças dos meus mentorados para incluir no pitch.
Mas a IA me ajuda (e muito) com textos que escrevo no meu dia. E, sem dúvida, pode te ajudar com seu pitch e textos também.
A primeira coisa que você precisa entender é que a IA não vai fazer milagres se você não a instruir direito. Lembre-se, ela é uma ferramenta. Se os prompts não forem bem feitos, dificilmente você terá uma resposta satisfatória.
Então, como escrever prompts que ajudam a construir pitches de sucesso?
Pesquisei muito na internet, fiz meus testes e perguntei para as próprias IAs que uso (ChatGPT4 e Gemini 1.5) quais eram as melhores práticas para escrever prompts.
Vou trazer insights de tudo isso, mas quem me trouxe os melhores insights foi o Tiago Costa, do Construindo uma Startup. O Tiago fundou três startups nos últimos anos. Vendeu uma e hoje tem a Freelup e a Automarticles.
Essa última, escreve artigos usando IA para blogs. Ele sabe do que está falando.
O exemplo que vou dar aqui refere-se a um pitch de vendas, mas você pode utilizar esta mesma lógica para construir qualquer tipo de texto: post de blog, LinkedIn, Reels para Instagram etc.
Para fazer um prompt bem feito a fim de escrever seu pitch, você precisa explicar bem direitinho e de forma direta para a IA o que você quer. Portanto, comece definindo os pontos abaixo:
Qual é o seu objetivo?
O que você quer com seu pitch: vender, conseguir investimento, parceiro estratégico?
Em quanto tempo irá apresentar?
Defina em quanto tempo você quer fazer seu pitch: 3, 5, 10 minutos.
Qual é seu público principal?
Para quem você irá apresentar: investidor, área de marketing, financeiro, CEO, etc? Isso fará com que a IA entenda o perfil da pessoa e adapte a linguagem para ela.
Qual será o tom de voz adequado?
Oriente a IA a utilizar um tom de voz adequado para a ocasião, como formal, informal etc.
Com essas informações, você pode começar a escrever seu primeiro prompt.
E há duas formas de fazer isso:
escrever vários prompts (de 2 a 8) até chegar ao resultado final ou;
escrever um único prompt, mas dando à IA o passo a passo do que você quer que ela faça. Exemplo: primeiro faça X, depois faça Y.
Vamos seguir com a primeira opção.
No lugar de já pedir para a IA escrever o texto, dê um passo antes e peça para ela escrever somente a estrutura do seu texto ou pitch.
É válido dar a ela algum contexto sobre quem você é, como farei no começo:
Exemplo de prompt #1:
Você é um empreendedor de uma startup chamada Projeto X, que desenvolve aplicativos para facilitar comunicação interna em empresas B2B. Escreva a estrutura de um pitch de vendas de 5 minutos, para ser apresentado a times corporativos, como marketing e sustentabilidade. Use tom informal, porém não muito coloquial.
A IA provavelmente vai te entregar não só a estrutura, mas um mínimo de desenvolvimento de texto em bullets. A partir daí, você pode pedir para ela desenvolver o texto.
Exemplo de prompt #2:
Escreva o roteiro completo deste pitch seguindo a estrutura acima.
Se estivesse trabalhando um texto mais longo, pediria para a IA escrever primeiro a introdução, depois desenvolver o restante e, por fim, a conclusão.
Com esse texto base, você já terá meio caminho andado para finalizar seu pitch de vendas. Mas lembre-se: para ser original e mostrar o que te faz único e diferente dos outros, você precisa trabalhar profundamente no seu pitch.
Inclusive porque pitch não é somente fazer um belo discurso. Seu negócio precisa estar em ordem. Se você está sendo honesto consigo e seu speech não está redondo, significa que tem algo de errado com seu negócio. E técnicas de pitch não vão consertar isso.
Depois desses prompts, se achar necessário, você pode seguir trabalhando na IA, pedindo para ela justificar porque colocou tal informação, pedindo para reescrever, retirar ou adicionar sessões, bem como rever e refinar seu texto.
Boas práticas no uso de IA
Não seja educado com a IA. Seja direto ao ponto e específico para não confundi-la. Não dê “bom dia”, nem peça “por favor”, por exemplo.
Prompt é uma ciência. Para saber fazê-lo direito é preciso conhecer a máquina que está usando. É como dirigir um carro: quem entende de carro consegue fazer percursos emocionantes e brilhantes, tirando o máximo de proveito de sua performance e capacidade. Pessoas como eu, que sabem apenas o básico para se deslocar, vão chegar aos 60km/h dentro da cidade e fim.
Evite linguagem vaga ou ambígua em seus prompts.
Forneça feedback para a IA saber se está indo por um bom caminho ou não.
Lembre-se que a IA é uma ferramenta poderosa, mas não substitui a edição e revisão humanas.
Se usei IA para escrever esse post?
Claro! Ela me deu norte e o ponto de partida em inspiração em algumas sessões desse texto. Inclusive na lista de coisas que ela não sabe fazer. Fez também a revisão ortográfica e sugeriu melhorias no CTA (esse texto que está logo abaixo).
Agora que explorarmos as capacidades da IA para escrever textos, pitches e apresentações, fica claro que, apesar de ser uma ferramenta incrível, ela ainda não substitui a perspicácia, a criatividade e a experiência humana.
Na Pitching, temos mais de dez anos de experiência prática em ajudar startups e pessoas em corporações a alcançar seus objetivos com apresentações eficazes. Acesse o site e conheça nosso trabalho.
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